Acredita-se que a prática de subir montanhas surgiu há milhares de anos atrás, mas o montanhismo se consolidou como esporte apenas na segunda metade do século XIX conquistando, então, aventureiros de todo o mundo.

Afinal, quem nunca pensou em alcançar o inalcançável, sentir-se minúsculo e ao mesmo tempo incrivelmente forte no topo do mundo?

Se você já quis experimentar essa sensação, gosta de grandes histórias ou apenas quer conhecer mais sobre o esporte, preparamos uma seleção de 4 montanhistas brasileiros para você conhecer e se inspirar.

 

1. Aretha Duarte

A primeira mulher negra latino-americana a chegar ao topo da maior montanha do mundo é uma inspiração para todos que desejam realizar sonhos e mover montanhas. Ela que também é palestrante e empreendedora socioambiental, no passado já teve que catar latinhas para alcançar seus sonhos.

“Eu tive um sonho grande de promover a transformação da favela em um espaço digno para se viver e gerar com criatividade e inovação experiências de desenvolvimento físico, emocional, intelectual e por que não espiritual. (...) Para mim todo mundo tem Poder Interno Bruto para conquistar o Everest que quiser, precisamos apoiar e garantir estrutura adequada para tanto."

Foi esse pensamento que levou a montanhista ao Pequeno Alpamayo (Bolívia), Campo Base do Everest (Nepal), Vulcões (Equador), Kilimanjaro (Tanzânia), Elbrus (Rússia), Monte Roraima (Venezuela) e até no topo do Aconcágua cinco vezes (Argentina). Será que existe algum desafio que essa montanhista incrível não consiga superar?

2. Maximo Kausch

O guia de montanha mais experiente do Brasil é também recordista mundial de montanhas de altitude. Durante seus 20 anos de escalada, ele já conheceu algumas das mais remotas escaladas do mundo, visitando mais de 25 países e conquistando diversos prêmios. Max tem uma vida inteira de histórias incríveis em montanhas e vê sua vida mudar sempre que está nelas!

“Por incrível que pareça, quando você está na montanha, você consegue olhar de volta para sua vida desde uma perspectiva totalmente única. Você consegue entender e resolver muita coisa naqueles momentos de transe quando está fazendo um movimento contínuo na montanha. De alguma forma, tudo fica mais simples, fácil e sereno. Alguns chamam isso de flow. Quando alguém me perguntar por que subo montanhas, darei essa resposta.”

Dá até vontade de subir uma montanha também, né?

Essa superação e inspiração fazem parte do dia a dia do atleta que além de contar com pelo menos 85 ascensões nos Andes e várias outras nos Alpes, Pamires e Himalaia, também liderou 11 expedições em montanhas com mais de 8000 metros (as maiores do planeta) e algumas dezenas de expedições de montanhas com mais de 6000 metros de altitude.

3. Karina Oliani

A médica, multiatleta, apresentadora de televisão, piloto de helicóptero e bicampeã de wakeboard e snowboard tem a adrenalina como paixão. Ela que experimentou desde atravessar vulcões ativos, escalar o Everest 2x em faces diferentes e até mesmo a subir o perigosíssimo pico K2, na fronteira da China com o Paquistão.

“Nunca quis me limitar a um só esporte. Esse mundo tem muita coisa boa pra eu ficar em um lugar só! Querer sempre a mesma paisagem ou experimentar todos os dias a mesma sensação. Eu fui uma criança, uma adolescente, eu sou uma mulher e pessoa curiosa. Pra mim, sair da minha zona de conforto e aprender algo novo é realmente atraente. Eu gosto de ser desafiada e de ter que aprender algo novo sempre.”

Esse espírito de aventura e curiosidade também faz parte da sua atividade como especialista em medicina de emergência. Seguindo, assim, seu lado ainda mais humanitário, Karina fundou em 2007, juntamente com seu sócio, a Medicina da Aventura. Uma entidade médica que tem como principal objetivo divulgar e fortalecer a medicina de emergência e resgate em áreas remotas. Uma inspiração em resiliência, compaixão e força!

4. Moeses Fiamoncini

Fiamoncini já é um dos montanhistas brasileiros com mais cumes entre as 14 montanhas acima dos 8.000 metros de altitude, subindo desde Everest, Manaslu, Nanga Parbat, K2 e o Broad Peak, representando a primeira escalada brasileira realizada com sucesso na montanha originalmente chamada de K3 (12ª montanha mais alta do mundo).

“Respeito todos os estilos de escalada, seja com ou sem oxigênio suplementar. Isso porque cada alpinista tem um estilo e formas diferentes de buscar a auto superação e vencer seus limites. Mas para mim a escalada sem oxigênio suplementar é uma auto superação, é ir mais além.”

Desta forma, seu maior destaque está no fato de que Moeses faz todas essas expedições praticamente sem equipe, carregando boa parte de seus equipamentos e sem o uso de O2 suplementar. Um formato de alpinismo único. Já imaginou subir sozinho as maiores montanhas do mundo?!

Com diferentes motivações, estilos de subida e até mesmo destinos, o que une todos esses aventureiros é a busca por uma verdadeira conexão consigo, o outro e a natureza, superando desafios e redescobrindo a cada topo uma nova versão de si mesmo, ainda mais forte e pronto para recomeçar.

A montanha ensina, assim, mais do que condicionamento físico, potência muscular ou concentração, ela te transforma. Que tal viver essa transformação você também?